Dona Divina

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Um desenho para o mundo novo.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Um feliz 2014 para todos

Depois de elencar as 5 notícias de maior destaque em 2013, vamos ver agora o que deve ser destaque em 2014. Quer dizer, daquilo que é possível prever para 2014, claro. Não dá para afirmar que haverá um cometa tão brilhante que possa ser visto a olho nu, ou mesmo outro grande meteoro atingindo a Terra. Esses são eventos sem hora marcada. Mas há outras efemérides já bem determinadas, que são possíveis de se adiantar logo no começo do ano.
Terra chega ao periélio
No sábado, dia 4, a Terra estará a meros 147 milhões de km de distância do Sol, o seu periélio. São 3 milhões de km a menos que a distância média. Mas não é isso que explica essa onda de calor no Brasil! São 3 milhões de km a menos para o hemisfério norte também e lá as temperaturas estão bem baixas!

Lua Negra em fevereiro
O mês de fevereiro de 2014 será bem peculiar, não haverá uma Lua Nova. Um ciclo lunar tem um pouco mais de 29 dias de período e fevereiro tem 28 dias apenas, ao menos esse ano. Isso faz com que, às vezes, esse mês fique sem uma fase de Nova, ou uma de Cheia. A última vez que isso aconteceu foi em 1995 e depois só em 2033. Quando um mês fica sem uma fase de Nova ou Cheia, ou quando temos duas Luas Novas num mesmo mês, temos o que algumas pessoas vêm chamando de “Lua Negra”, meio que em oposição ao termo “Lua Azul” que indica a ocorrência de duas Luas Cheias em um mesmo mês.

Ocultação de Saturno
No dia 21 de março a Lua deve ocultar Saturno. O evento será visto em quase todo o país, menos o Rio Grande do Sul. Mas para os gaúchos, o dia 8 de julho reserva uma ocultação visível.

Eclipse total da Lua
Na noite do dia 15 de abril haverá um eclipse total da Lua. No Brasil, a Lua deve ingressar na sombra da Terra já na alta madrugada, quase às duas da manhã.

No dia 8 de outubro haverá outro eclipse total da Lua, mas esse começa às 5h e apenas o seu início poderá ser visto na parte mais ao leste do Brasil.
Marte em oposição
Marte estará em oposição no dia 8 de abril. Nesta ocasião, o planeta atingirá a menor distância até a Terra desde 2007. Não tem nada a ver com um email que sempre circula dizendo que Marte irá ficar do tamanho da Lua Cheia.

Conjunção/ocultação de Marte
No dia 6 de julho, para uma parte do Brasil haverá uma bela conjunção entre a Lua e Marte. Mas para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, haverá uma ocultação de Marte pela Lua.

Conjunção entre Júpiter e Vênus
No dia 18 de agosto, Júpiter e Vênus estarão em conjunção. Vai ser um belo espetáculo, pois esses são os planetas mais brilhantes e eles estarão muito próximos no céu.

A sonda Rosetta
Em 2014 vamos assistir a ficção virar realidade. A sonda Rosetta, viajando no espaço desde 2004, vai se aproximar do núcleo do cometa Chryumov-Gerasimenko e entrar em órbita dele. Após essa manobra, um módulo de descida chamado ‘Philea’ vai fazer um pouso suave no núcleo e se ancorar nele para efetuar estudos de sua composição química, principalmente. O pouso está programado para maio, mas já em janeiro seus equipamentos devem ser reativados, após dois anos e meio de hibernação.

O cometa ISON
Mas ele de novo? Ele não está oficialmente morto? Sim, ele está oficialmente morto. Em dezembro, vários astrônomos em Terra buscaram por ele na posição prevista após o periélio e nada encontraram. O telescópio Hubble estava escalado para observá-lo por volta do meio do mês passado, mas que eu saiba, nem foi apontado.

Então o que se passa? É que a Terra deve atingir a nuvem dos destroços do núcleo do cometa por volta do meio de janeiro, de acordo com umas simulações que eu fiz. Outros colegas falam em 10 de janeiro, mas o que importa é que outras pessoas já consideram viável que a Terra venha mesmo a interceptar os pedaços do ISON. Isso ocorrendo mesmo, devemos ter uma chuva de meteoros associada ao falecido ISON, desde que essa nuvem de destroços não se espalhe demais no espaço.
Mais do Espaço
Além da Rosetta, a sonda chinesa Chang’e-3 e seu jipe lunar Yutu vão dar o que falar. Aliás, já começaram. Depois de 3 décadas desde o último pouso suave na Lua, a China chegou lá, com seu módulo de descida e um jipe de exploração. No finalzinho de 2013, o Yutu realizou o seu primeiro estudo do regolito lunar, aquela poeira bem fina que recobre o solo da Lua e era dor de cabeça para os astronautas da missão Apolo, pois grudava em tudo. Pois bem, a primeira análise do regolito mostrou que ele é composto principalmente por 7 elementos: magnésio, alumínio, silício, potássio, cálcio, titânio, cromo e ferro com pitadas de estrôncio, ítrio e zircônio. Estudos como esse devem ajudar a compreender melhor a origem da Lua. A teoria mais aceita diz que ela foi arrancada da Terra depois de um choque com um corpo celeste que vagava pelo espaço. Mas há ainda vário “buracos” nessa teoria que precisam ser tampados.

Pode apostar!
Agora as barbadas de 2014. Pode apostar que o Hubble, o Chandra e a Curiosity devem nos surpreender com imagens e resultados impressionantes. Expectativa para a missão Gaia, que deve mapear a posição de milhões de estrelas da Via Láctea e com isso melhorar nossa compreensão da nossa Galáxia. Olho também no telescópio Kepler, que tem um plano de utilização usando os giroscópios que ainda funcionam e a pressão da radiação solar para mantê-lo posicionado no espaço.

Bom, em resumo é isso. Temos várias chuvas de meteoros dignas de observar, mas que vou falando aqui no blog conforme nos aproximamos delas. Além disso, vamos ficar de olho nos cometas. Nada impede que surja um que se torne brilhante. Falando neles, vamos ficar atentos ao C/2012 K1 PanSTARRS. De acordo com os modelos de brilho de cometa, aqueles mesmos que o ISON não quis seguir, ele pode chegar a magnitude 5 no meio de outubro. Isso o deixaria visível a olho nu em locais bem escuros, favorecendo observadores do hemisfério sul.
Um feliz 2014 para todos!
Crédito da imagem: NASA/ESA

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