ONU quer equilíbrio entre trabalho e família
Estudo da OIT e do Pnud diz que cerca de 100 mil trabalhadoras da América Latina e do Caribe sofrem com falta de melhores políticas sociais de apoio às mulheres.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
Um relatório das Nações Unidas revela que mais de 100 mil mulheres que trabalham na América Latina e no Caribe estão sofrendo com a falta de equilíbrio entre família e profissão.
O documento, divulgado nesta quinta-feira, em Genebra, na Suíça, sugere que a resposta adequada ao problema é um passo importante no progresso do equilíbrio entre os sexos.
Obrigação
O estudo "Trabalho e Família: Uma Nova Chamada às Políticas Públicas de Reconciliação com Co-Responsabilidade Social" foi preparado pela Organização Internacional do Trabalho, OIT, e pelo Programa da ONU para o Desenvolvimento, Pnud.
A representante da OIT no Brasil, Laís Abramo, que compareceu ao lançamento, disse à Rádio ONU, de Genebra, que o trabalho doméstico ainda é visto por muitos como uma obrigação feminina.
Faixa Etária
"Enquanto não houver um melhor equilíbrio das tarefas domésticas e não se superar a visão de que a mulher é, por excelência, a responsável pelo trabalho doméstico, não haverá as mesmas inserções de homens e mulheres no mercado de trabalho", afirmou.
Segundo o relatório da ONU, 53% das mulheres latino-americanas e caribenhas estão trabalhando fora. Na faixa etária de 20 a 40 anos, a mão-de-obra feminina é de 70%.
Economia Informal
O documento também alertou para a disparidade salarial de homens e mulheres. Em média, as trabalhadoras da América Latina recebem apenas 70% do ordenado de um empregado do sexo masculino.
Mercado
Para Laís Abramo, apesar da desvantagem existir em todo o mundo. Nos países em desenvolvimento, a situação é mais desfavorável.
"As mulheres se concentram em tipos de ocupação e profissões que são menos valorizadas no mercado de trabalho e por isso acabam recebendo menos. Este é um tema central em políticas de liberdade de gênero", informou.
As duas agências da ONU recomendaram uma série de medidas e estratégias públicas, mas que também envolvem sindicatos, organizações sociais e trabalhadores.
Também participou do lançamento do relatório em Genebra, a ministra da Secretaria Especial de Política para Mulheres, Nilcéa Freire.
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